Comprou
e não levou
Ele
acabara de chegar transferido da capital. Inicialmente ficou em
um hotel enquanto procurava um imóvel para comprar, afinal
ficaria definitivamente naquela cidade.
Buscando nos classificados de jornais, viu um anúncio que
lhe atendia. Parecia ser o imóvel que precisava.
Manteve contato por telefone com o homem que vendia a casa. Combinaram
e naquele mesmo dia foi visitá-lo. Maravilha ! bem localizado,
ampla e um preço ótimo.
Acertaram "tudo". O vendedor pediu-lhe dois dias para
entregar o imóvel. Chegou a dar-lhe 10 dias, mas aquele "bom
senhor" foi muito gentil e compreensivo, afinal ele esta num
hotel.
Aquele homem foi ao hotel, "facilitando" a vida dele.
Levou uma procuração que dava-lhe poderes para fazer
a escritura quando bem o quisesse. Levou também cópia
da escritura, alguns documentos já velhos, carnês de
Imposto Predial e Territorial Urbano, dentre outros.
No dia certo emitiu o cheque no valor acertado e recebeu as chaves.
Estava tudo correndo bem e já planejava providenciar legalizar
o imóvel em seu nome, emitindo e registrando a Escritura,
quando numa manhã de sábado recebeu um documento da
Justiça, endereçado ao homem que havia lhe vendido
o imóvel.
Com receio, mas curioso, abriu o envelope.
Quase caiu de susto ao notar que tratava-se de uma ordem judicial
despejando-o.
O homem que lhe havia vendido a casa, era inquilino.
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Terreno Fantasma
Estava
decidido a comprar ou construir uma casa.
Morava em apartamento há muitos anos e com o nascimento dos
filhos, que cresciam, começaram a aparecerem as nossas necessidades.
Cachorros, passarinhos, bicicletas, dentre outras novidades que
não mais cabiam naquele modesto apartamento.
Depois de muita procura, encontramos um senhor que vendia um terreno
em um condomínio muito bem localizado. O preço era
bom e não hesitei em fechar negócio.
Antes porém tomei alguns cuidados: recebi cópia da
planta de localização do terreno, cópias dos
carnês de IPTU.
Fizemos um Contrato de Promessa de Compra e Venda, onde em 30 dias
passaríamos a Escritura.
Como sinal e "garantia do negócio", adiantei 50%
do valor do terreno. O restante deveria pagar no ato da emissão
da Escritura.
Naquela semana de fevereiro, logo após o carnaval, resolvi
procurar aquele vendedor, como havíamos combinado para lavrar
a escritura e registrá-la.
Liguei para o número do telefone celular que ele havia me
dado. Caia na caixa postal.
Depois de uns dois dias tentando encontrá-lo e já
providenciando projetos e a contratação de uma construtora
para construir a nossa casa, fui procurar a síndica do condomínio
para pagar a minha primeira quota de condomínio.
Fiquei surpreso ao constatar que já havia sido paga. Procurei
mais informações e quase sofri um enfarte ao descobrir
que aquele terreno não constava como vendido e muito menos
que o seu proprietário era um senhor. Aquele terreno fazia
parte de um espólio - os seus proprietários haviam
morrido num acidente de automóveis, ficando para seus filhos
menores.
Descobrir naquele momento que havia sido enganado, roubado. Onde
errei ?
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